segunda-feira, 7 de março de 2016

NUNCA

"sabemos quando é a hora de dizer adeus. Nunca nos foi permitido entender quando e onde vai acontecer, ou então quanto tempo temos. Ou o quanto aquela pessoa da qual tanto amamos ainda viverá. Só sabemos que os olhos um dia fecham-se, a voz doce e suave cala-se. Ouvi dizer que só se sabe que é entre a chegada e a partida, o meio e o fim; dá um arrepio! E pensamos que poderia ter sido diferente… Diferente como? Talvez se eu me tivesse despedido, ou se então, eu tivesse dito o último “cuida-te”, o último abraço, enfim, o último gesto de carinho. Nunca sabemos a hora do fim, nunquinha, mas novamente digo, ele chega. Calmo, quietinho, e faz um estrago. Paralisa. Hoje o céu é cinza, os pássaros nem cantam, tampouco voam, e a dor é demasiadamente igual à todas as outras perdas. Os acordes da viola não fazem sequer uma melodia. Fica apenas a saudade e o pensamento de: “e se…”
Encaramos a morte como um pesar, mas nunca nos perguntamos se a morte nos testa: amas-te o quanto podes-te? Foste feliz? Fizeste o outro feliz? O que sabemos é que ela chega, e que leva uma parte de nós com ela. Dói, dói bastante. O ponteiro parou no tempo e o tic-tac do relógio, infelizmente, é silencioso.

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