quinta-feira, 19 de março de 2015

SE EU TIVESSE

que pensar numa metáfora que te descrevesse, eu diria: uma luz no fim do túnel. "tolo", eu sei, mas verdadeiro. Finalmente uma luz que não fosse uma camioneta quase a atropelar-me e, em milésimos de segundos, atirar-me ao chão! Uma luz que de tão subtil conseguiu atraiçoar-me a vista e provocar-me curiosidade. Que de tão bonita fez com que eu chegasse mais perto. E que de tão perto me fez arriscar. Toquei-te.. e tudo ao meu redor se iluminou. Se eu tivesse que inventar uma metáfora agora, eu diria que acendes-te o meu sorriso fosco e aqueces-te as pontas dos meus dedos gelados. E tudo ficou transformado num jogo de luz e sombras, que deixaram de me apavorar!. Levas-te embora os meus pesadelos e afastas-te o meu medo do escuro. Conseguis-te trazer presença ao meu caminho, de forma que eu nunca mais me senti só. Admito que, quando lá no fundo me surgis-te, os meus olhos duvidaram: depois de muito tempo no escuro, endurecemos... Mas tu, com toda a tua luz quente, derretes-te tudo o que havia petrificado em mim. Assim, aquecida e iluminada eu pude olhar em meu redor e ver-me de uma maneira que há muito tempo não conseguia ver. Vi que também existia uma faísca bem dentro de mim. Foi então que me pegas-te pela mão e me levas-te adiante. Mostraste-me que o mundo é bem maior que o que eu podia ver na escuridão. E eu segurei-me a ti com todo o cuidado para que nunca perdesses  o brilho e te perdesses de mim. Se eu pudesse inventar uma metáfora, eu diria que, neste momento, desejo iluminar tuas noites tanto quanto tu iluminas as minhas. E se estivesses bem aqui na minha frente, bastaria sorrires para que eu te  pudesse entender sem metáfora alguma: a minha luz provém da tua."

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