Os nossos mimos, a nossa
intimidade, as nossas carícias são só nossas; no nosso amor não há
cansaços, não há fastios, meu pequenito adorado! Como o meu
desequilibrado e inconstante coração d'artista se prendeu a ti! Como um
raminho de hera que criou raízes e que se agarra cada vez mais. Vim para
os teus braços chicoteada pela vida e quando às vezes deito a cabeça no
teu peito, passa nos meus olhos, como uma visão de horror, a minha
solidão tamanha no meio de tanta gente! A minha imensa solidão de dantes
que me pôs frio na alma. Eu era um pequenino inverno que tremia sempre;
era como essa roseira que temos na varanda do Castelo que está quase
sempre cheia de botões mas que nunca dá rosas! Na vida, agora há só tu e
eu, mais ninguém. De mim não sei que mais te dizer: como bem mas durmo
mal; falta-me todas as manhãs o primeiro olhar duns lindos olhos claros
que são todo o meu bem."
(F.E.)
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