domingo, 31 de dezembro de 2017
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
segunda-feira, 25 de dezembro de 2017
71 M E S E S
E tanto para te contar...
Mais um dia, de Natal, mais um dia de saudade!
Lembro o último que passaste connosco, tão triste, tão doloroso!
Mais um dia, de Natal, mais um dia de saudade!
Lembro o último que passaste connosco, tão triste, tão doloroso!
segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
KIKO
Hoje é mais um dia triste a juntar aos muitos que já vivi!
Ele era simplesmente um gato, de nome Kiko, para mim humano o suficiente por ter sido um grande grande conforto nas horas de solidão e dor, "testemunha" silenciosa, uma espera amistosa e calma, um companheiro leal e carinhoso. A minha, a nossa casa está triste, vazia, cinzenta e principalmente silenciosa! estiveste sempre ao meu lado durante os 16 anos que aqui vives-te, não conheces-te outra família, mas sei que foste feliz,.!
Deste-me mais, muito mais do que eu alguma vez sonhei dar-te vou sentir a tua falta, a falta do teu ronronar, a falta da tua companhia no sofá, a falta de partilhar contigo uma colherzinha de yogurt que tanto gostavas! descansa em paz e sei que jamais te esquecerei, estás no meu coração, na tua "gaveta" para sempre!
N: 25-04-2001
F: 04-12-2017
Ele era simplesmente um gato, de nome Kiko, para mim humano o suficiente por ter sido um grande grande conforto nas horas de solidão e dor, "testemunha" silenciosa, uma espera amistosa e calma, um companheiro leal e carinhoso. A minha, a nossa casa está triste, vazia, cinzenta e principalmente silenciosa! estiveste sempre ao meu lado durante os 16 anos que aqui vives-te, não conheces-te outra família, mas sei que foste feliz,.!
Deste-me mais, muito mais do que eu alguma vez sonhei dar-te vou sentir a tua falta, a falta do teu ronronar, a falta da tua companhia no sofá, a falta de partilhar contigo uma colherzinha de yogurt que tanto gostavas! descansa em paz e sei que jamais te esquecerei, estás no meu coração, na tua "gaveta" para sempre!
N: 25-04-2001
F: 04-12-2017
Sacos eram uma "perdição" |
sábado, 25 de novembro de 2017
70 MESES
O tempo passa, os dias voam, eu continua a lembrar-me de ti. Tem dias que sinto que, se estivesses comigo a minha vida tinha levado outro rumo, não tinham acontecido algumas situações, situações essas em que tive que decidir sozinha, entre o sim e o não!
Estejas onde estiveres a tua presença, esteve, está e estará sempre na minha vida!
Hoje dia 25 de novembro, dia dos meus anos, dia em que faz 5 anos que morreu o nosso Fly, de saudades? talvez quem sabe!
Estejas onde estiveres a tua presença, esteve, está e estará sempre na minha vida!
Hoje dia 25 de novembro, dia dos meus anos, dia em que faz 5 anos que morreu o nosso Fly, de saudades? talvez quem sabe!
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
domingo, 12 de novembro de 2017
sábado, 4 de novembro de 2017
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
69 MESES
Muitos meses e a tua presença ainda faz falta e creio que fará sempre!
Nos dias de maior solidão, sei que nunca as terias se estivesses comigo!
A vida é assim, a morte é assim e nada pode ser modificado nesse aspeto! restam as lembranças a a saudade!
Nos dias de maior solidão, sei que nunca as terias se estivesses comigo!
A vida é assim, a morte é assim e nada pode ser modificado nesse aspeto! restam as lembranças a a saudade!
domingo, 15 de outubro de 2017
terça-feira, 10 de outubro de 2017
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
domingo, 24 de setembro de 2017
BEATRIZINHA!
Quando vim morar para esta casa, comecei a reparar no ritual de uma Srª que morava numa casa em frente à minha!
Entroncada e de estatura não muito alta, as poucas vezes que a ouvi falar, foi na cabeleireira e uma ou outra vez na rua!Tinha uma voz "forte", determinada! O marido, tinha um ar severo, sempre de cigarro na mão e ela demonstrava um relativo mau estar na presença dele!
Com o passar do tempo, apercebi-me que havia 1 rapaz que quando o pai saia, se debruçava no pequeno muro e deixava uma saca, saca essa que a Mãe, à "socapa" lha entregava dias depois e sem que o pai se apercebesse. A minha curiosidade foi aumentado até que perguntei a uma vizinha o porquê daquela situação e quem era o rapaz em questão. Fiquei a saber que o casal tinha vários filhos, todos casados à exceção de 2 que se tinham metido na droga fazia já vários anos! O pai, mediante a situação, meteu-os fora da porta...
Aqui começou o drama da Beatrizinha. Sem que o marido soubesse, ela lavava a roupa e ajudava os filhos na medida do possível, sem que eles pudessem sequer pôr um pé dentro de portas!.
O tempo foi passando até que o marido faleceu, segundo ouvi na altura, por problemas relacionados com o tabaco. Escusado será dizer que a 1ª coisa que ela fez foi levar os filhos para casa. Na altura esteve um, que era o que mais aparecia digamos assim e ultimamente era o outro que ficou a viver sempre com ela e que era o seu amparo quando a Srª acamou tendo posteriormente ido viver para um lar.
De vez em quando, ao domingo, o filho vai busca-la e trás a Mãe a casa, a casa onde sempre viveu, a casa onde amou e sofreu, a casa para onde levou o filho que neste momento lhe "paga" da maneira mais sublime que imaginar se pode, com gratidão.
Eu, não consigo deixar que não me caiam algumas lágrimas sempre que os vejo e penso, no quanto o Amor daquela Mãe foi gigante, o quanto ela sofreu por amor aos filhos, no quanto aquele filho demonstra ternura por ela, quando lhe arranja o casaco que teima em cair das costas, quando lhe faz um carinho quando alguma vizinha se aproxima como foi o caso de hoje!
Amor incondicional sem dúvida e de exemplo para muita gente!
Entroncada e de estatura não muito alta, as poucas vezes que a ouvi falar, foi na cabeleireira e uma ou outra vez na rua!Tinha uma voz "forte", determinada! O marido, tinha um ar severo, sempre de cigarro na mão e ela demonstrava um relativo mau estar na presença dele!
Com o passar do tempo, apercebi-me que havia 1 rapaz que quando o pai saia, se debruçava no pequeno muro e deixava uma saca, saca essa que a Mãe, à "socapa" lha entregava dias depois e sem que o pai se apercebesse. A minha curiosidade foi aumentado até que perguntei a uma vizinha o porquê daquela situação e quem era o rapaz em questão. Fiquei a saber que o casal tinha vários filhos, todos casados à exceção de 2 que se tinham metido na droga fazia já vários anos! O pai, mediante a situação, meteu-os fora da porta...
Aqui começou o drama da Beatrizinha. Sem que o marido soubesse, ela lavava a roupa e ajudava os filhos na medida do possível, sem que eles pudessem sequer pôr um pé dentro de portas!.
O tempo foi passando até que o marido faleceu, segundo ouvi na altura, por problemas relacionados com o tabaco. Escusado será dizer que a 1ª coisa que ela fez foi levar os filhos para casa. Na altura esteve um, que era o que mais aparecia digamos assim e ultimamente era o outro que ficou a viver sempre com ela e que era o seu amparo quando a Srª acamou tendo posteriormente ido viver para um lar.
De vez em quando, ao domingo, o filho vai busca-la e trás a Mãe a casa, a casa onde sempre viveu, a casa onde amou e sofreu, a casa para onde levou o filho que neste momento lhe "paga" da maneira mais sublime que imaginar se pode, com gratidão.
Eu, não consigo deixar que não me caiam algumas lágrimas sempre que os vejo e penso, no quanto o Amor daquela Mãe foi gigante, o quanto ela sofreu por amor aos filhos, no quanto aquele filho demonstra ternura por ela, quando lhe arranja o casaco que teima em cair das costas, quando lhe faz um carinho quando alguma vizinha se aproxima como foi o caso de hoje!
Amor incondicional sem dúvida e de exemplo para muita gente!
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
67 MESES
Ainda um dia destes uma amiga me disse, que tenho a tua partida ainda muito presente!
O tempo corre mas as lembranças de como eras meu, nosso amigo, permaneceram para sempre e isso é inquestionável!
Fizeste e farás sempre parte da minha vida, foste o pai do meu filho, um pai amigo, protector e leal. A tua máxima preocupação éramos nós, sempre nós!
Não se pode mudar o passado, não se pode mudar o presente e muito menos o futuro, embora digam que nós fazemos o presente e o futuro é tudo "treta". O tempo passa e ás vezes penso no impensável, penso em coisas que nunca as direi a ninguém e muito menos as escreverei! sei que muitas delas chegam a ser "macabras"... Espero conseguir ter uma vida melhor no futuro e lamento tudo o que queria partilhar contigo e não posso! Ao fim de 67 meses... longos, muito muito longos.
O tempo corre mas as lembranças de como eras meu, nosso amigo, permaneceram para sempre e isso é inquestionável!
Fizeste e farás sempre parte da minha vida, foste o pai do meu filho, um pai amigo, protector e leal. A tua máxima preocupação éramos nós, sempre nós!
Não se pode mudar o passado, não se pode mudar o presente e muito menos o futuro, embora digam que nós fazemos o presente e o futuro é tudo "treta". O tempo passa e ás vezes penso no impensável, penso em coisas que nunca as direi a ninguém e muito menos as escreverei! sei que muitas delas chegam a ser "macabras"... Espero conseguir ter uma vida melhor no futuro e lamento tudo o que queria partilhar contigo e não posso! Ao fim de 67 meses... longos, muito muito longos.
sábado, 19 de agosto de 2017
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
terça-feira, 15 de agosto de 2017
sexta-feira, 11 de agosto de 2017
segunda-feira, 31 de julho de 2017
terça-feira, 25 de julho de 2017
domingo, 16 de julho de 2017
sábado, 8 de julho de 2017
sexta-feira, 7 de julho de 2017
terça-feira, 27 de junho de 2017
SIMPLESMENTE PELO FACEBOOK!
Ainda dizem que não há amizades à distância! Eu tenho uma estima imensa por esta rapariga!
Adriana:
São tantos e tantos anos que somos amigas, vc me viu na pior fase que vivi, a do câncer. Agora o que vc presencia é a renovação e o presente que o Universo dá como compensação por todo sofrimento. Tenho certeza que muito do que enfrentei eu tirei forças na sua história de vida também, o amor que tem pelo seu Nando, pelos seus bichinhos e tudo mais. Sou grata a vc.
Eu: Amiga, me comovi agora. Grata também por tudo <3 span="">3> <3 span="">3>
Fico feliz por ver sua felicidade! ♥
Adriana:
E eu feliz por ver como você é guerreira e um espelho para mim. :*
Adriana:
São tantos e tantos anos que somos amigas, vc me viu na pior fase que vivi, a do câncer. Agora o que vc presencia é a renovação e o presente que o Universo dá como compensação por todo sofrimento. Tenho certeza que muito do que enfrentei eu tirei forças na sua história de vida também, o amor que tem pelo seu Nando, pelos seus bichinhos e tudo mais. Sou grata a vc.
Eu: Amiga, me comovi agora. Grata também por tudo <3 span="">3> <3 span="">3>
Fico feliz por ver sua felicidade! ♥
Adriana:
E eu feliz por ver como você é guerreira e um espelho para mim. :*
domingo, 25 de junho de 2017
65 MESES
65 meses e uma eternidade. Continuo a pensar em ti todos, mas todos os dias!
Imagino coisas que ás vezes me deixam tristes.
Sei e sempre soube que quando partisses, ou quando partiste que jamais nada seria igual.
Não sou, nunca fui e nunca pretendi ser a melhor pessoa do mundo, fiz muita "merda" ao longo do meu percurso de vida, mas à parte disso, às vezes penso que tanto tu como eu, talvez tivéssemos merecido melhor sorte. Claro que tu já cá não estás e eu vou levando a vida, umas vezes alegre, outras nem tanto, mas sempre com a "névoa" da tua partida.
Passa-me tanta coisa pela cabeça... tanta!
Como sabes nunca dormi bem e nunca tenho sono e as noites, longas, são a pensar às vezes coisas que nem "lembra ao diabo" como diria a minha Mãe em quem também penso e muito, principalmente em como havia algumas coisas que faria seguramente diferente se ela ainda estivesse comigo. Penso no meu Pai, que saudades de o ouvir: "ó mulher, ó mulher"...
A vida continua simplesmente um dia atrás do outro, com dor, lágrimas e tristeza, alguma alegria, coisa pouca!
Imagino coisas que ás vezes me deixam tristes.
Sei e sempre soube que quando partisses, ou quando partiste que jamais nada seria igual.
Não sou, nunca fui e nunca pretendi ser a melhor pessoa do mundo, fiz muita "merda" ao longo do meu percurso de vida, mas à parte disso, às vezes penso que tanto tu como eu, talvez tivéssemos merecido melhor sorte. Claro que tu já cá não estás e eu vou levando a vida, umas vezes alegre, outras nem tanto, mas sempre com a "névoa" da tua partida.
Passa-me tanta coisa pela cabeça... tanta!
Como sabes nunca dormi bem e nunca tenho sono e as noites, longas, são a pensar às vezes coisas que nem "lembra ao diabo" como diria a minha Mãe em quem também penso e muito, principalmente em como havia algumas coisas que faria seguramente diferente se ela ainda estivesse comigo. Penso no meu Pai, que saudades de o ouvir: "ó mulher, ó mulher"...
A vida continua simplesmente um dia atrás do outro, com dor, lágrimas e tristeza, alguma alegria, coisa pouca!
sexta-feira, 16 de junho de 2017
segunda-feira, 12 de junho de 2017
A VIDA PARA ALGUMAS PESSOAS É DOLOROSA!
Ontem, estive atenta e muitas vezes emocionada com a história de vida de uma Srª.
Ás vezes até custa a acreditar como a vida pode levar a transformações tão "avassaladoras" tanto para viver melhor, como para viver pior!
Creio que ninguém vai associar o que vou escrever aquela senhora, além do mais, não porei nomes!
Tanto ela como os irmãos, foram criados numa família da alta burguesia do Porto, com criadagem para tudo, desde servir à mesa, a darem-lhe banho, terem um motorista particular para os levar à escola, uma governanta, etc etc. . Portadores de vasta fortuna também no Douro e Guimarães. A mãe, tinha feito o "liceu" e como senhora "fina", que era, limitava-se a não fazer rigorosamente nada a não ser passear e sempre de motorista privado, tinham tudo mas tudo o que a riqueza lhe proporcionava!
Tudo corria bem, ou aparentemente bem, até que tinha ela uns 17, 18 anos e tudo mudou. Nunca, mas nunca, nem mesmo agora que tem quase 80 anos, sabe o que aconteceu, sabe simplesmente que ficou pobre, ficou paupérrima!
Despojadas de tudo e com o pai ás "portas da morte" devido a um cancro, foram viver para um quarto... sim um quarto! ela, a irmã, a mãe e o pai. Cozinhavam no quarto, numa máquina de petróleo, faziam as necessidades num balde, que era despejado de manhã, tomavam banho numa bacia, com água que levavam da rua, do fontanário...!
Começou a trabalhar, a par com a irmã, numa loja mesmo em frente ao mercado do bolhão e na hora do almoço, como não tinham nada que comer e a fome "apertava", ficavam à espera que as mulheres das bancas do mercado, depois de comerem a "malga" da sopa, cochilassem um pouco, e aproveitavam para ir roubar uma peças de fruta que servia de almoço, lanche e a maior parte das vezes até de jantar.
No final do dia, antes de ir para casa, ficava por ali a apanhar as "beatas" que deitavam para o chão e que embrulhava em jornal para chegada a casa, as desfazer e fazer as mortalhas para alimentar o vício do pai!
Certo dia, um Sr, que por ali tinha um quiosque, chamou-a e perguntou-lhe o que é que ela andava a apanhar tão discretamente todos os dias aquela hora, ela, que diz sempre ter sido uma rapariga medrosa, contou:- Ó Sr, o meu pai está está muito doente, e tem o vício do tabaco e ando a apanhar as beatas para lhe fazer os cigarros e os jornais ele vai lendo alguma coisa.!
o Sr. levou-a à loja, deu-lhe um pacote de cigarros, e disse-lhe:-"Quando acabar vens buscar mais, não quero que andes a apanhar isso do chão ouviste?
Fiquei super sensibilizada quando ela disse que não há dia nenhum que não se lembre do Sr e que quer que ele esteja "num bom lugar".
A vida continuava a ser muito complicada e até a mãe, que nunca tinha trabalhado, quando ela falou que estavam a precisar de uma pessoa, a mãe disse que podia ir ela pois precisava de trabalhar e que queria ver se se conseguia adaptar, coisa que ela estranhou devido à mãe nunca ter feito nada, mas certo é que conseguiu e começou igualmente a fazer "pela vida", pois mesmo assim, as dificuldades eram muitas!
Quando tinha uns 25 anos, conheceu um homem, da mesma idade, filho único, criado não só pela mãe mas também por umas tias e que trabalhava perto do silo-auto numa loja de venda ao público de peças de automóveis, já extinta.! Não gostava dele, só pensava que ao casar, poderia ser um passo para deixar de passar a fome que passava...
Assim foi, apesar de uma das tias ser muito religiosa, ela decidiu que não queria casar pela igreja, só pelo registo e casaram.
Alugaram então uma casita, pequenina, mas que "tinha tudo o que era preciso" desde cozinha, sala, quarto e WC.
Nunca soube, do problema de alcoolismo que o marido tinha! em primeiro lugar, depois de o conhecer, não namorou muito tempo e em segundo, nas visitas que fazia a casa dele, nunca deu para se aperceber o que só veio a acontecer passado uns dias de casada. Ele durante o dia, ia trabalhar normalmente, mas antes de vir para casa, passava pelas "capelinhas" e bebia e bebia! tinha pavor a tomar banho, segundo ela, passava simplesmente as mãos por água e "limpava-as" na cabeça, não conseguia dormir com o cheiro insuportável que ele exalava dos pés do chulé de meses, estava sempre a fazer a cama de lavado! Se não gostava dele, teve a certeza que jamais iria gostar! além da vida que levava de insultos e tudo o mais!
Não obstante esse facto, ela cumpria com as "suas obrigações de esposa" e ele andava impecavelmente vestido, as calças bem vincadas e as camisas, engomadas miraculosamente, ao ponto de certo dia, o marido lhe ter dito para passar lá por o trabalho dele que a mulher do patrão queria falar com ela...
Ficou intrigada, mas lá foi. Era simplesmente para lhe perguntar, quem é que passava a roupa do marido que ele andava melhor engomado que o patrão! quando lhe disse que era ela mesma, pediu-lhe para dar "umas aulas" à empregada dela...
Em relação à intimidade era um castigo, por vários fatores, começando logo pelo fator álcool.
Teve 4 filhos, duas raparigas e 2 rapazes. Como a casa estava a ficar pequena e ele era empregado comercial, conseguiu uma casa para os lados de Lordelo. Ela trabalhava como uma moura e depois dos filhos criados, ou quase, decidiu deixá-lo, alugou uma casa nas Fontainhas e levou os 3 filhos mais novos, visto o mais velho andar a estudar ali na zona.
Mais tarde voltou a mudar, para a casa que vive atualmente.
Passado uns tempos ele teve um AVC, o filho não conseguia dar "conta do recado" ele ficou, magro, cadavérico, sem forças, humilde, parecia outra pessoa!.
Ela, diz: trás o teu pai cá para casa que eu tomo conta dele"...
Assim foi, começou a dar-lhe comer a horas, medicação a horas e ele melhorou a olhos vistos e começou a ser o que nunca tinha deixado de ser, mau e sem se importar com nada a não ser com ele próprio. Com ela mora uma neta e uma filha, que trabalha aos turnos e ele não queria saber, se se lembrasse de ligar a televisão, ligava, se se lembrasse de as insultar, insultava.
Arranjou maneira de "cavar" a própria sepultura". O filho mais velho, consegui metê-lo num lar, em frente à casa onde morava, e onde o pai viveu simplesmente uns 15 dias...
Ela continua a trabalhar, apesar da idade, trata da casa de um "doutor" desde a limpeza, às roupas e a par disso, ainda faz arranjos de costura para os quais não tem "mãos a medir".
Uma senhora que nunca foi feliz, mas que dá gosto ouvir, sempre com asneirolas pelo meio, que aprendeu na "vida", na rua, que dá umas sonoras gargalhadas e que depois de ter contado toda a sua vida, não deixou de voltar a repetir: "Não há um dia, um único dia, que não me lembre do Sr. dos cigarros, que Deus lhe dê o melhor lugar que exista lá no céu" e que a ela, lhe perdoe a fruta que roubava, no bolhão, ás vendedoras, também elas pobres e que também elas, lutavam para sobreviver!.
Eu? chorava... simplesmente chorava! A minha Mãe dizia que era uma :"pita chorona" e eu estou a ficar igual, tudo me comove!
Ás vezes até custa a acreditar como a vida pode levar a transformações tão "avassaladoras" tanto para viver melhor, como para viver pior!
Creio que ninguém vai associar o que vou escrever aquela senhora, além do mais, não porei nomes!
Tanto ela como os irmãos, foram criados numa família da alta burguesia do Porto, com criadagem para tudo, desde servir à mesa, a darem-lhe banho, terem um motorista particular para os levar à escola, uma governanta, etc etc. . Portadores de vasta fortuna também no Douro e Guimarães. A mãe, tinha feito o "liceu" e como senhora "fina", que era, limitava-se a não fazer rigorosamente nada a não ser passear e sempre de motorista privado, tinham tudo mas tudo o que a riqueza lhe proporcionava!
Tudo corria bem, ou aparentemente bem, até que tinha ela uns 17, 18 anos e tudo mudou. Nunca, mas nunca, nem mesmo agora que tem quase 80 anos, sabe o que aconteceu, sabe simplesmente que ficou pobre, ficou paupérrima!
Despojadas de tudo e com o pai ás "portas da morte" devido a um cancro, foram viver para um quarto... sim um quarto! ela, a irmã, a mãe e o pai. Cozinhavam no quarto, numa máquina de petróleo, faziam as necessidades num balde, que era despejado de manhã, tomavam banho numa bacia, com água que levavam da rua, do fontanário...!
Começou a trabalhar, a par com a irmã, numa loja mesmo em frente ao mercado do bolhão e na hora do almoço, como não tinham nada que comer e a fome "apertava", ficavam à espera que as mulheres das bancas do mercado, depois de comerem a "malga" da sopa, cochilassem um pouco, e aproveitavam para ir roubar uma peças de fruta que servia de almoço, lanche e a maior parte das vezes até de jantar.
No final do dia, antes de ir para casa, ficava por ali a apanhar as "beatas" que deitavam para o chão e que embrulhava em jornal para chegada a casa, as desfazer e fazer as mortalhas para alimentar o vício do pai!
Certo dia, um Sr, que por ali tinha um quiosque, chamou-a e perguntou-lhe o que é que ela andava a apanhar tão discretamente todos os dias aquela hora, ela, que diz sempre ter sido uma rapariga medrosa, contou:- Ó Sr, o meu pai está está muito doente, e tem o vício do tabaco e ando a apanhar as beatas para lhe fazer os cigarros e os jornais ele vai lendo alguma coisa.!
o Sr. levou-a à loja, deu-lhe um pacote de cigarros, e disse-lhe:-"Quando acabar vens buscar mais, não quero que andes a apanhar isso do chão ouviste?
Fiquei super sensibilizada quando ela disse que não há dia nenhum que não se lembre do Sr e que quer que ele esteja "num bom lugar".
A vida continuava a ser muito complicada e até a mãe, que nunca tinha trabalhado, quando ela falou que estavam a precisar de uma pessoa, a mãe disse que podia ir ela pois precisava de trabalhar e que queria ver se se conseguia adaptar, coisa que ela estranhou devido à mãe nunca ter feito nada, mas certo é que conseguiu e começou igualmente a fazer "pela vida", pois mesmo assim, as dificuldades eram muitas!
Quando tinha uns 25 anos, conheceu um homem, da mesma idade, filho único, criado não só pela mãe mas também por umas tias e que trabalhava perto do silo-auto numa loja de venda ao público de peças de automóveis, já extinta.! Não gostava dele, só pensava que ao casar, poderia ser um passo para deixar de passar a fome que passava...
Assim foi, apesar de uma das tias ser muito religiosa, ela decidiu que não queria casar pela igreja, só pelo registo e casaram.
Alugaram então uma casita, pequenina, mas que "tinha tudo o que era preciso" desde cozinha, sala, quarto e WC.
Nunca soube, do problema de alcoolismo que o marido tinha! em primeiro lugar, depois de o conhecer, não namorou muito tempo e em segundo, nas visitas que fazia a casa dele, nunca deu para se aperceber o que só veio a acontecer passado uns dias de casada. Ele durante o dia, ia trabalhar normalmente, mas antes de vir para casa, passava pelas "capelinhas" e bebia e bebia! tinha pavor a tomar banho, segundo ela, passava simplesmente as mãos por água e "limpava-as" na cabeça, não conseguia dormir com o cheiro insuportável que ele exalava dos pés do chulé de meses, estava sempre a fazer a cama de lavado! Se não gostava dele, teve a certeza que jamais iria gostar! além da vida que levava de insultos e tudo o mais!
Não obstante esse facto, ela cumpria com as "suas obrigações de esposa" e ele andava impecavelmente vestido, as calças bem vincadas e as camisas, engomadas miraculosamente, ao ponto de certo dia, o marido lhe ter dito para passar lá por o trabalho dele que a mulher do patrão queria falar com ela...
Ficou intrigada, mas lá foi. Era simplesmente para lhe perguntar, quem é que passava a roupa do marido que ele andava melhor engomado que o patrão! quando lhe disse que era ela mesma, pediu-lhe para dar "umas aulas" à empregada dela...
Em relação à intimidade era um castigo, por vários fatores, começando logo pelo fator álcool.
Teve 4 filhos, duas raparigas e 2 rapazes. Como a casa estava a ficar pequena e ele era empregado comercial, conseguiu uma casa para os lados de Lordelo. Ela trabalhava como uma moura e depois dos filhos criados, ou quase, decidiu deixá-lo, alugou uma casa nas Fontainhas e levou os 3 filhos mais novos, visto o mais velho andar a estudar ali na zona.
Mais tarde voltou a mudar, para a casa que vive atualmente.
Passado uns tempos ele teve um AVC, o filho não conseguia dar "conta do recado" ele ficou, magro, cadavérico, sem forças, humilde, parecia outra pessoa!.
Ela, diz: trás o teu pai cá para casa que eu tomo conta dele"...
Assim foi, começou a dar-lhe comer a horas, medicação a horas e ele melhorou a olhos vistos e começou a ser o que nunca tinha deixado de ser, mau e sem se importar com nada a não ser com ele próprio. Com ela mora uma neta e uma filha, que trabalha aos turnos e ele não queria saber, se se lembrasse de ligar a televisão, ligava, se se lembrasse de as insultar, insultava.
Arranjou maneira de "cavar" a própria sepultura". O filho mais velho, consegui metê-lo num lar, em frente à casa onde morava, e onde o pai viveu simplesmente uns 15 dias...
Ela continua a trabalhar, apesar da idade, trata da casa de um "doutor" desde a limpeza, às roupas e a par disso, ainda faz arranjos de costura para os quais não tem "mãos a medir".
Uma senhora que nunca foi feliz, mas que dá gosto ouvir, sempre com asneirolas pelo meio, que aprendeu na "vida", na rua, que dá umas sonoras gargalhadas e que depois de ter contado toda a sua vida, não deixou de voltar a repetir: "Não há um dia, um único dia, que não me lembre do Sr. dos cigarros, que Deus lhe dê o melhor lugar que exista lá no céu" e que a ela, lhe perdoe a fruta que roubava, no bolhão, ás vendedoras, também elas pobres e que também elas, lutavam para sobreviver!.
Eu? chorava... simplesmente chorava! A minha Mãe dizia que era uma :"pita chorona" e eu estou a ficar igual, tudo me comove!
sábado, 10 de junho de 2017
domingo, 4 de junho de 2017
quinta-feira, 1 de junho de 2017
CAXITO
O meu canário "caxito", morreu hoje!
Dia da criança!
Estava muito velhinho, já não voava há uns tempos e já não via de uma vista! Mas mesmo assim tive imensa pena.
Nunca tivemos um canário, periquito ou até mesmo agapornis que segundo dizem, duram muitos anos, mas nunca o tempo que este bichinho durou cá em casa!
"Nasceu" (foi comprado: 18-12-2006
Faleceu:......................01-06-2017
(Na primeira tirada em 2012 ainda estava bem, na segunda, já muito velhinho e já sem conseguir voar)
quarta-feira, 31 de maio de 2017
terça-feira, 30 de maio de 2017
2 EUROS
Hoje achei uma moeda de 2 € da Itália. Acho que os olhos "se me riram". Como dizia a minha Mãe: -"Com pouco se contenta um pobre" :P
domingo, 28 de maio de 2017
sábado, 27 de maio de 2017
CASAMENTO
Hoje o meu ex colega de trabalho, casou. Desejo-lhe muita felicidade e que consiga ter um casamento para sempre, (como se costuma dizer) baseado no respeito, compreensão, dedicação e amor.
quinta-feira, 25 de maio de 2017
sexta-feira, 19 de maio de 2017
A ÍRIS,
filha de um primo do meu cunhado, partiu!
Ao pai, no hospital, foi lhe dito que morreu de uma insuficiência Cardio-respiratória!
Será mais uma embolia cerebral? devido ao sangue grosso?!!
Ao certo só se irá saber daqui por 3 meses através do resultado da autópsia!
Sabe-se que tinha um problema de varizes internas!
Fazia o controlo de sangue e tomava Varfine!
Será que tomava a medicação? será que cumpria as consultas e o controlo de sangue sempre?
Morava em Gaia e foi levada para o Hospital de S. João onde lhe foram retirados os órgãos!
Tinha apenas 29 anos...
É triste.
Descansa em Paz Íris Brilhante.
Nasceu: 10-11-1987
Faleceu: 14-05-2017
Ao pai, no hospital, foi lhe dito que morreu de uma insuficiência Cardio-respiratória!
Será mais uma embolia cerebral? devido ao sangue grosso?!!
Ao certo só se irá saber daqui por 3 meses através do resultado da autópsia!
Sabe-se que tinha um problema de varizes internas!
Fazia o controlo de sangue e tomava Varfine!
Será que tomava a medicação? será que cumpria as consultas e o controlo de sangue sempre?
Morava em Gaia e foi levada para o Hospital de S. João onde lhe foram retirados os órgãos!
Tinha apenas 29 anos...
É triste.
Descansa em Paz Íris Brilhante.
Nasceu: 10-11-1987
Faleceu: 14-05-2017
quarta-feira, 17 de maio de 2017
3 LONGOS ANOS DE SAUDADE!
O tempo anda veloz...
Faz 3 anos que te foste! Não te esquecerei e ás vezes sinto uma angústia por as picardias que por vezes tínhamos...
Quem me dera voltar atrás no tempo... como te compreendo agora...
Tarde demais!
Sei que fiz tudo para que estivesses bem, nunca te abandonei, não deixar de te falar um só dia, senão fosse pessoalmente, era por telefone, mas podia ter feito mais, muito mais!
Fazes-me falta, faz-me falta o teu apoio incondicional, as horas de conversa, "furada", em parte para matares o facto de depois que o pai partiu, teres ficado a morar sozinha!
Nada vai ser igual depois da partida das 3 pessoas que eram os meus pilares!
Faz 3 anos que te foste! Não te esquecerei e ás vezes sinto uma angústia por as picardias que por vezes tínhamos...
Quem me dera voltar atrás no tempo... como te compreendo agora...
Tarde demais!
Sei que fiz tudo para que estivesses bem, nunca te abandonei, não deixar de te falar um só dia, senão fosse pessoalmente, era por telefone, mas podia ter feito mais, muito mais!
Fazes-me falta, faz-me falta o teu apoio incondicional, as horas de conversa, "furada", em parte para matares o facto de depois que o pai partiu, teres ficado a morar sozinha!
Nada vai ser igual depois da partida das 3 pessoas que eram os meus pilares!
domingo, 14 de maio de 2017
sexta-feira, 12 de maio de 2017
domingo, 7 de maio de 2017
M Ã E
Hoje é dia de homenagear aquela que nos deu o melhor presente do mundo: a VIDA.
MÃE
"Sou o destino que cumpriste, o livro que escreveste, a árvore que plantaste.
Sou tudo o que quiseste e não quiseste: tua fonte de alegria e de Amor.
Sou tudo o que os teus olhos vêem; por quem riem, por quem choram.
Sou o medo que te aperta o peito pela dor que eu possa ter...
Ó MÃE!... Como se me aperta o meu, se
penso em te perder..." :(
MÃE
"Sou o destino que cumpriste, o livro que escreveste, a árvore que plantaste.
Sou tudo o que quiseste e não quiseste: tua fonte de alegria e de Amor.
Sou tudo o que os teus olhos vêem; por quem riem, por quem choram.
Sou o medo que te aperta o peito pela dor que eu possa ter...
Ó MÃE!... Como se me aperta o meu, se
penso em te perder..." :(
terça-feira, 25 de abril de 2017
"O ÚLTIMO ABRAÇO QUE ME DÁS"
"Ali, na sala de quimioterapia, jamais escutei um gemido, jamais vi uma lágrima. Somente feições sérias, de uma seriedade que não topei em mais parte alguma, rostos com o mundo inteiro em cada prega, traços esculpidos a fogo na pele
O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, onde a elegância dos doentes os transforma em Reis. Numa das últimas vezes que lá fui encontrei um homem que conheço há muitos anos. Estava tão magro que demorei a perceber quem era. Disse-me :- Abrace-me porque é o último abraço que me dá durante o abraço:- Tenho muita pena de não acabar a tese de doutoramento e, ao afastar-mo-nos, sorriu. Nunca vi um sorriso com tanta dor entre parêntesis, nunca imaginei que fosse tão bonito.
Com o meu corpo contra o dele veio-me à cabeça, instantâneo, o fragmento de um poema do meu amigo Alexandre O'Neill, que diz que apenas entre os homens, e por eles, vale a pena viver. E descobri-me cheio de respeito e amor. Um rapaz, de cerca de vinte anos, que fazia quimioterapia ao pé de mim, numa determinação tranquila:- Estou aqui para lutar e, por estranho que pareça, havia alegria em cada gesto seu. Achei nele o medo também, mais do que o medo, o terror e, ao mesmo tempo que o terror, a coragem e a esperança.
A extraordinária delicadeza e atenção dos médicos, dos enfermeiros, comoveu-me. Tropecei no desespero, no mal estar físico, na presença da morte, na surpresa da dor, na horrível solidão da proximidade do fim, que se me afigura de uma injustiça intolerável. Não fomos feitos para isto, fomos feitos para a vida. O cabelo cresce-me de novo, acho-me, fisicamente, como antes, estou a acabar o livro e o meu pensamento desvia-se constantemente para a voz de um homem no meu ouvido:- Acabar a tese de doutoramento, acabar a tese de doutoramento, acabar a tese de doutoramento porque não aceito a aceitação, porque não aceito a crueldade, porque não aceito que destruam companheiros. A rapariga com a peruca no braço da cadeira. O senhor que não olhava para ninguém, olhava para o vazio. Ali, na sala de quimioterapia, jamais escutei um gemido, jamais vi uma lágrima. Somente feições sérias, de uma seriedade que não topei em mais parte alguma, rostos com o mundo inteiro em cada prega, traços esculpidos a fogo na pele. Vi morrer gente quando era médico, vi morrer gente na guerra, e continuo sem compreender. Isso eu sei que não compreenderei. Que me espanta. Que me faz zangar. Abrace-me porque é o último abraço que me dá: é uma frase que se entenda, esta? Morreu há muito pouco tempo. Foda-se. Perdoem esta palavra mas é a única que me sai. Foda-se. Quando eu era pequeno ninguém morria. Porque carga de água se morre agora, pelo simples facto de eu ter crescido? Morra um homem fique fama, declaravam os contrabandistas da raia. Se tivermos sorte alguém se lembrará de nós com saudade. De mim ficarão os livros. E depois? Tolstoi, no seu diário: sou o melhor; e depois? E depois nada porque a fama é nada.O que é muito mais do que nada são estas criaturas feridas, a recordação profundamente lancinante de uma peruca de mulher num braço de cadeira. Se eu estivesse ali sozinho, sem ninguém a ver-me, acariciava uma daquelas madeixas horas sem fim. No termo das sessões de quimioterapia as pessoas vão-se embora. Ao desaparecerem na porta penso: o que farão agora? E apetece-me ir com eles, impedir que lhes façam mal:- Abrace-me porque talvez não seja o último abraço que me dá. Ao M. foi. E pode afigurar-se estranho mas ainda o trago na pele. Durante quanto tempo vou ficar com ele tatuado? O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria onde a dignidade dos escravos da doença os transforma em gigantes, onde só existem, nas palavras do Luís, Heróis.
Onde só existem Heróis. Não estou doente agora. Não sei se voltarei a estar. Se voltar a estar, embora não chegue aos calcanhares de herói algum, espero comportar-me como um homem. Oxalá o consiga. Como escreveu Torga o destino destina mas o resto é comigo. E é. Muito boa tarde a todos e as melhoras: é assim que se despedem no Serviço de Oncologia. Muito boa tarde a todos e até já, mesmo que seja o último abraço que damos."
António Lobo Antunes (visão 12/12/13)
O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, onde a elegância dos doentes os transforma em Reis. Numa das últimas vezes que lá fui encontrei um homem que conheço há muitos anos. Estava tão magro que demorei a perceber quem era. Disse-me :- Abrace-me porque é o último abraço que me dá durante o abraço:- Tenho muita pena de não acabar a tese de doutoramento e, ao afastar-mo-nos, sorriu. Nunca vi um sorriso com tanta dor entre parêntesis, nunca imaginei que fosse tão bonito.
Com o meu corpo contra o dele veio-me à cabeça, instantâneo, o fragmento de um poema do meu amigo Alexandre O'Neill, que diz que apenas entre os homens, e por eles, vale a pena viver. E descobri-me cheio de respeito e amor. Um rapaz, de cerca de vinte anos, que fazia quimioterapia ao pé de mim, numa determinação tranquila:- Estou aqui para lutar e, por estranho que pareça, havia alegria em cada gesto seu. Achei nele o medo também, mais do que o medo, o terror e, ao mesmo tempo que o terror, a coragem e a esperança.
A extraordinária delicadeza e atenção dos médicos, dos enfermeiros, comoveu-me. Tropecei no desespero, no mal estar físico, na presença da morte, na surpresa da dor, na horrível solidão da proximidade do fim, que se me afigura de uma injustiça intolerável. Não fomos feitos para isto, fomos feitos para a vida. O cabelo cresce-me de novo, acho-me, fisicamente, como antes, estou a acabar o livro e o meu pensamento desvia-se constantemente para a voz de um homem no meu ouvido:- Acabar a tese de doutoramento, acabar a tese de doutoramento, acabar a tese de doutoramento porque não aceito a aceitação, porque não aceito a crueldade, porque não aceito que destruam companheiros. A rapariga com a peruca no braço da cadeira. O senhor que não olhava para ninguém, olhava para o vazio. Ali, na sala de quimioterapia, jamais escutei um gemido, jamais vi uma lágrima. Somente feições sérias, de uma seriedade que não topei em mais parte alguma, rostos com o mundo inteiro em cada prega, traços esculpidos a fogo na pele. Vi morrer gente quando era médico, vi morrer gente na guerra, e continuo sem compreender. Isso eu sei que não compreenderei. Que me espanta. Que me faz zangar. Abrace-me porque é o último abraço que me dá: é uma frase que se entenda, esta? Morreu há muito pouco tempo. Foda-se. Perdoem esta palavra mas é a única que me sai. Foda-se. Quando eu era pequeno ninguém morria. Porque carga de água se morre agora, pelo simples facto de eu ter crescido? Morra um homem fique fama, declaravam os contrabandistas da raia. Se tivermos sorte alguém se lembrará de nós com saudade. De mim ficarão os livros. E depois? Tolstoi, no seu diário: sou o melhor; e depois? E depois nada porque a fama é nada.O que é muito mais do que nada são estas criaturas feridas, a recordação profundamente lancinante de uma peruca de mulher num braço de cadeira. Se eu estivesse ali sozinho, sem ninguém a ver-me, acariciava uma daquelas madeixas horas sem fim. No termo das sessões de quimioterapia as pessoas vão-se embora. Ao desaparecerem na porta penso: o que farão agora? E apetece-me ir com eles, impedir que lhes façam mal:- Abrace-me porque talvez não seja o último abraço que me dá. Ao M. foi. E pode afigurar-se estranho mas ainda o trago na pele. Durante quanto tempo vou ficar com ele tatuado? O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria onde a dignidade dos escravos da doença os transforma em gigantes, onde só existem, nas palavras do Luís, Heróis.
Onde só existem Heróis. Não estou doente agora. Não sei se voltarei a estar. Se voltar a estar, embora não chegue aos calcanhares de herói algum, espero comportar-me como um homem. Oxalá o consiga. Como escreveu Torga o destino destina mas o resto é comigo. E é. Muito boa tarde a todos e as melhoras: é assim que se despedem no Serviço de Oncologia. Muito boa tarde a todos e até já, mesmo que seja o último abraço que damos."
António Lobo Antunes (visão 12/12/13)
sexta-feira, 21 de abril de 2017
quarta-feira, 12 de abril de 2017
terça-feira, 11 de abril de 2017
domingo, 9 de abril de 2017
segunda-feira, 3 de abril de 2017
DIÁRIO
Sempre tive uma "panca" por diários! Antes de os ter, qualquer bloco servia para eu relatar o meu dia a dia. Comecei a escrever na adolescência mas só muito mais tarde, tive o 1º diário a "sério", um diário com a respetiva chave.
Talvez por ser uma pessoa meio stressada, acho que o diário me faz encontrar tranquilidade e paz comigo mesma e essa tranquilidade deixa-me mais calma. Tive muitos, nunca deixei de escrever, não só em diários mesmo mas como já referi, em blocos e algumas agendas!
Já depois do Nando #partir# rasquei e deitei fora alguns, fiquei com outros, duas agendas, dois ou três diários! Hoje deu-me para ler, dois, algumas partes... um entre 2003 e 2004 algumas coisas boas, muitos momentos passados a três, férias, trabalho, escola do meu filho, preocupações com o futuro, uma parte onde escrevi: Gostava muito que ele conseguisse tirar um curso superior para poder ter uma vida melhor que a nossa" e li e reli e senti a nostalgia! pensei.: para que é que eu quero isto? o passado passou, não quero saber o que fiz ... li, também o dia em que o Nando bateu com o carro, o domingo que eu feliz, fiz o almoça em casa para os meus pais, o dia em que referi as preocupações com o futuro de meus pais, os dias em que me comecei a aperceber que a firma ia de mal a pior. O dia em que fiz a laqueação, etc etc etc.
Tomei uma decisão, "unilateral". Vou rasgar tudo, deitar tudo fora.... Até porque há certas passagens que decididamente esqueci e não quero relembrar! ao relembrar trás-me tristeza e dor!
É a primeira coisa que vou fazer amanhã, cedo mal me levantar.
Não quer dizer que não continue a escrever mas mais "soft" só mesmo o básico do dia a dia e numa agenda onde o espaço é pequeno e não dá para escrever grandes detalhes!
A nostalgia hoje deixou-me completamente sem ação, mais por pensar em alturas em que estava tudo bem... e que se foram e me fazem doer e muito!
Talvez por ser uma pessoa meio stressada, acho que o diário me faz encontrar tranquilidade e paz comigo mesma e essa tranquilidade deixa-me mais calma. Tive muitos, nunca deixei de escrever, não só em diários mesmo mas como já referi, em blocos e algumas agendas!
Já depois do Nando #partir# rasquei e deitei fora alguns, fiquei com outros, duas agendas, dois ou três diários! Hoje deu-me para ler, dois, algumas partes... um entre 2003 e 2004 algumas coisas boas, muitos momentos passados a três, férias, trabalho, escola do meu filho, preocupações com o futuro, uma parte onde escrevi: Gostava muito que ele conseguisse tirar um curso superior para poder ter uma vida melhor que a nossa" e li e reli e senti a nostalgia! pensei.: para que é que eu quero isto? o passado passou, não quero saber o que fiz ... li, também o dia em que o Nando bateu com o carro, o domingo que eu feliz, fiz o almoça em casa para os meus pais, o dia em que referi as preocupações com o futuro de meus pais, os dias em que me comecei a aperceber que a firma ia de mal a pior. O dia em que fiz a laqueação, etc etc etc.
Tomei uma decisão, "unilateral". Vou rasgar tudo, deitar tudo fora.... Até porque há certas passagens que decididamente esqueci e não quero relembrar! ao relembrar trás-me tristeza e dor!
É a primeira coisa que vou fazer amanhã, cedo mal me levantar.
Não quer dizer que não continue a escrever mas mais "soft" só mesmo o básico do dia a dia e numa agenda onde o espaço é pequeno e não dá para escrever grandes detalhes!
A nostalgia hoje deixou-me completamente sem ação, mais por pensar em alturas em que estava tudo bem... e que se foram e me fazem doer e muito!
sexta-feira, 31 de março de 2017
sábado, 25 de março de 2017
terça-feira, 21 de março de 2017
segunda-feira, 20 de março de 2017
quarta-feira, 15 de março de 2017
87 ANOS
Se meu pai fosse vivo, hoje fazia 87 anos!
Penso muito nele e em quanto me faz falta.
A sua ternura, sua preocupação...
Os anos passam, as lembranças são muitas e a tristeza quando vem, demora a ir embora!
Das pessoas que mais amei, meu pai foi o primeiro que me deixou, vai fazer em julho 6 longos anos. Por mais que tente, desde esse nada mais foi igual!
Penso muito nele e em quanto me faz falta.
A sua ternura, sua preocupação...
Os anos passam, as lembranças são muitas e a tristeza quando vem, demora a ir embora!
Das pessoas que mais amei, meu pai foi o primeiro que me deixou, vai fazer em julho 6 longos anos. Por mais que tente, desde esse nada mais foi igual!
quarta-feira, 8 de março de 2017
domingo, 5 de março de 2017
MIQUELINA
era uma rapariga voluntariosa, que nasceu numa pequena Aldeia do Concelho de Bragança. Com seis irmãos a vida era muito difícil, isto nos longínquos anos 40 no século passado.
Miquelina veio por isso para a "grande cidade", neste caso o Porto, para a zona da Foz, onde predominavam as chamadas "famílias burguesas", tinha 10 anos! Era uma empregada interna, com um quartinho que lhe chegava perfeitamente para os parcos haveres e vestes que tinha consigo. Rapariga esperta, astuta, cedo aprendeu as lides da casa e por volta dos 17, 18 anos, tornou-se a governanta da Mansão. Passava tudo por ela, desde os grandes assados aos domingos, à Língua afiambrada que tão bem fazia, aos lanches senhoriais onde havia desde as bolachas de todas as variedades, aos doces de todas as frutas, salgadinhos desde rissóis aos bolinhos de bacalhau, tudo no mais fino requinte!
Miquelina, nos passeios que lhe eram permitidos fazer, aos domingos no período da tarde, conheceu o que viria a ser o grande amor da sua vida!. Escusado será dizer que passado muito pouco tempo, deixou a Mansão para grande pena dos patrões. Casou e passou a morar numa casinha alugada numa zona de pessoas mais modestas! Arranjou emprego numa fábrica na Avenida da Boavista, entretanto extinta.
Passado nem um ano, nasceu o filho mais velho, José Manuel e só passados quase 11 anos, nasceu a Maria José. Ela vivia um autêntico "conto de fadas"! Passados uns 7 anos, tudo desmoronou! O príncipe virou "sapo", quando ela descobriu que ele a traía e não teria sido só por uma vez!. Aconteceu o inevitável divórcio, passando ela a viver só com os dois filhos. Não se sabe se terá sido do desgosto porque apesar de várias relações que depois teve, o António, foi sempre o seu grande amor. Apanhou várias depressões e chegou inclusive a querer "vender a filha" por dinheiro, tudo lhe era permitido! Saía de casa, para as noitadas, aparecendo ao amanhecer e sem se importar se os filhos tinham ou não de comer... não raras as vezes eram os vizinhos e amigos que lhe levavam algo para petiscar! Casou anos mais tarde com um homem que tinha uma reforma "choruda" que era, ou se tornou alcoólico assim como ela, não raras as vezes estavam os dois em casa ko.
O Zé Manel, nunca teve grande cabeça, teve um casamento quando era muito jovem, a rapariga engravidou e tiveram duas raparigas separaram-se e depois andou meio à deriva. Hoje em dia tem uma relação que se pode chamar de estável, mas de não se importar se pede e depois não tem dinheiro para pagar...
A Maria José, com uns 16 anos, conheceu o Pedro, um jovem de 19 anos pobre mas de boa família e que começou a aperceber-se que a mãe da Zeza não era "flor que se cheirasse" porque uma noite, a rapariga não tinha chave para entrar em casa e ficaram os dois toda a noite à porta de casa dela, à espera que a mãe chegasse...
Passado pouco tempo, aconteceu o que mencionei em cima, o querer "vender a filha" a um chulo que andava com ela! foi um enorme drama e desgosto a a mãe dele, senhora de fino porte, educada e com uns valores dantescos, não quis que a rapariga ficasse nem mais um dia a viver naquela casa de pode-se dizer "prostituição". Aconteceu o inevitável, Zeza engravidou e a par dessa gravidez, começou a manter contacto com a mãe e acabaram por ir viver com ela, depois do casamento, tudo lhe perdoando...
Escusado será dizer que o Pedro nunca conseguiu olhar 100% bem para a sogra, mas a idade era pouca, a Zeza para todos os efeitos apesar de mais nova ainda, era o que se chama de "sabidolas" pois criada com uma mulher daquelas, também não era muito de admirar e lá conseguiu "dar-lhe" a volta...
Nasceu uma bela rapariga no final dos anos 60! tendo depois tido mais 3 filhos, todos eles rapazes.
A Dª Noémia, tinha três filhos, o Pedro que era o mais novo, a Inês e o João que era o mais velho.
A Inês casou com um rapaz humilde mas de bom coração e de uma família paupérrima teve um único filho, o Diogo. O João, é um bom vivant" solteirão, com um bom emprego e namora hoje, namora amanha e vai vivendo na "dele".
A Miquelina teve 6 netos, duas raparigas do filho, 1 rapariga da filha e mais 3 rapazes igualmente da filha, a Dª. Noémia, tinha 4 netos, do Pedro uma rapariga e três rapazes e da Inês, um rapaz!
Apesar da Noémia ter sida desde sempre uma melhor mãe e melhor avó que a Miquelina, os netos não tinham grande "inclinação" para ela, já o Diogo, filho da Inês, não via outra coisa senão a Avô Noémia e o Avô Carlos.
Os filhos do Pedro, podiam passar mesmo à porta da Noémia que eram incapazes de ir ver como ela estava, visto nos últimos anos estar já bastante debilitada! O Diogo? ah o Diogo sempre em contacto com a Avó, sempre a telefonar à avó...
Agora a Miquelina, está já com muita idade... mas os netos, são um "cestinho" de mão! A rapariga, a Lurdes, comprou um carrito e a avó é só "abrir a boca" que está sempre pronta para as mordomias da Miquelina e os outros netos igualmente!
Agora pergunto eu? valerá a pena ser-se "bom? " valerá a pena ser-se honesto? valerá a pena criar os filhos e netos, com tudo principalmente com preocupação? que estejam bem, que tenham tudo...!
Temos aqui um exemplo! não é que queira ou ficasse contente que eles abandonassem a avó, nada disso, mas porquê um tão diferente tratamento em duas avós que são, tão diferentes como a "água do vinho?" Será que a Noémia não merecia uma visita? nem que fosse uma vez por mês????
Será que vale a pena tanta preocupação? não será melhor ser-se egoísta?
Não será que dando-se "patadas" aos filhos e netos, somos depois melhor tratados?
Hoje um dia de grande angústia e tristeza porque estas passagens, são verídicas! são !"páginas" de um livro por escrever !
Miquelina veio por isso para a "grande cidade", neste caso o Porto, para a zona da Foz, onde predominavam as chamadas "famílias burguesas", tinha 10 anos! Era uma empregada interna, com um quartinho que lhe chegava perfeitamente para os parcos haveres e vestes que tinha consigo. Rapariga esperta, astuta, cedo aprendeu as lides da casa e por volta dos 17, 18 anos, tornou-se a governanta da Mansão. Passava tudo por ela, desde os grandes assados aos domingos, à Língua afiambrada que tão bem fazia, aos lanches senhoriais onde havia desde as bolachas de todas as variedades, aos doces de todas as frutas, salgadinhos desde rissóis aos bolinhos de bacalhau, tudo no mais fino requinte!
Miquelina, nos passeios que lhe eram permitidos fazer, aos domingos no período da tarde, conheceu o que viria a ser o grande amor da sua vida!. Escusado será dizer que passado muito pouco tempo, deixou a Mansão para grande pena dos patrões. Casou e passou a morar numa casinha alugada numa zona de pessoas mais modestas! Arranjou emprego numa fábrica na Avenida da Boavista, entretanto extinta.
Passado nem um ano, nasceu o filho mais velho, José Manuel e só passados quase 11 anos, nasceu a Maria José. Ela vivia um autêntico "conto de fadas"! Passados uns 7 anos, tudo desmoronou! O príncipe virou "sapo", quando ela descobriu que ele a traía e não teria sido só por uma vez!. Aconteceu o inevitável divórcio, passando ela a viver só com os dois filhos. Não se sabe se terá sido do desgosto porque apesar de várias relações que depois teve, o António, foi sempre o seu grande amor. Apanhou várias depressões e chegou inclusive a querer "vender a filha" por dinheiro, tudo lhe era permitido! Saía de casa, para as noitadas, aparecendo ao amanhecer e sem se importar se os filhos tinham ou não de comer... não raras as vezes eram os vizinhos e amigos que lhe levavam algo para petiscar! Casou anos mais tarde com um homem que tinha uma reforma "choruda" que era, ou se tornou alcoólico assim como ela, não raras as vezes estavam os dois em casa ko.
O Zé Manel, nunca teve grande cabeça, teve um casamento quando era muito jovem, a rapariga engravidou e tiveram duas raparigas separaram-se e depois andou meio à deriva. Hoje em dia tem uma relação que se pode chamar de estável, mas de não se importar se pede e depois não tem dinheiro para pagar...
A Maria José, com uns 16 anos, conheceu o Pedro, um jovem de 19 anos pobre mas de boa família e que começou a aperceber-se que a mãe da Zeza não era "flor que se cheirasse" porque uma noite, a rapariga não tinha chave para entrar em casa e ficaram os dois toda a noite à porta de casa dela, à espera que a mãe chegasse...
Passado pouco tempo, aconteceu o que mencionei em cima, o querer "vender a filha" a um chulo que andava com ela! foi um enorme drama e desgosto a a mãe dele, senhora de fino porte, educada e com uns valores dantescos, não quis que a rapariga ficasse nem mais um dia a viver naquela casa de pode-se dizer "prostituição". Aconteceu o inevitável, Zeza engravidou e a par dessa gravidez, começou a manter contacto com a mãe e acabaram por ir viver com ela, depois do casamento, tudo lhe perdoando...
Escusado será dizer que o Pedro nunca conseguiu olhar 100% bem para a sogra, mas a idade era pouca, a Zeza para todos os efeitos apesar de mais nova ainda, era o que se chama de "sabidolas" pois criada com uma mulher daquelas, também não era muito de admirar e lá conseguiu "dar-lhe" a volta...
Nasceu uma bela rapariga no final dos anos 60! tendo depois tido mais 3 filhos, todos eles rapazes.
A Dª Noémia, tinha três filhos, o Pedro que era o mais novo, a Inês e o João que era o mais velho.
A Inês casou com um rapaz humilde mas de bom coração e de uma família paupérrima teve um único filho, o Diogo. O João, é um bom vivant" solteirão, com um bom emprego e namora hoje, namora amanha e vai vivendo na "dele".
A Miquelina teve 6 netos, duas raparigas do filho, 1 rapariga da filha e mais 3 rapazes igualmente da filha, a Dª. Noémia, tinha 4 netos, do Pedro uma rapariga e três rapazes e da Inês, um rapaz!
Apesar da Noémia ter sida desde sempre uma melhor mãe e melhor avó que a Miquelina, os netos não tinham grande "inclinação" para ela, já o Diogo, filho da Inês, não via outra coisa senão a Avô Noémia e o Avô Carlos.
Os filhos do Pedro, podiam passar mesmo à porta da Noémia que eram incapazes de ir ver como ela estava, visto nos últimos anos estar já bastante debilitada! O Diogo? ah o Diogo sempre em contacto com a Avó, sempre a telefonar à avó...
Agora a Miquelina, está já com muita idade... mas os netos, são um "cestinho" de mão! A rapariga, a Lurdes, comprou um carrito e a avó é só "abrir a boca" que está sempre pronta para as mordomias da Miquelina e os outros netos igualmente!
Agora pergunto eu? valerá a pena ser-se "bom? " valerá a pena ser-se honesto? valerá a pena criar os filhos e netos, com tudo principalmente com preocupação? que estejam bem, que tenham tudo...!
Temos aqui um exemplo! não é que queira ou ficasse contente que eles abandonassem a avó, nada disso, mas porquê um tão diferente tratamento em duas avós que são, tão diferentes como a "água do vinho?" Será que a Noémia não merecia uma visita? nem que fosse uma vez por mês????
Será que vale a pena tanta preocupação? não será melhor ser-se egoísta?
Não será que dando-se "patadas" aos filhos e netos, somos depois melhor tratados?
Hoje um dia de grande angústia e tristeza porque estas passagens, são verídicas! são !"páginas" de um livro por escrever !
sexta-feira, 3 de março de 2017
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
domingo, 26 de fevereiro de 2017
DIA DE DOMINGO. NOSTALGIA!
Cada vez menos as pessoas escrevem nos blogs. Hoje basicamente usa-se o Facebook para tudo. Eu pessoalmente também gosto de lá "andar" e sei que lá, todos vêm tudo, todos comentam tudo e nos blogs isso não acontece mas para escrever, escrever, escrever, nada melhor que o blog!
Hoje faço-o em jeito de um desabafo para fora, pois não é o primeiro domingo, nem sequer é preciso ser domingo, para eu pensar e pensar...
Os domingos, depois que meu pai faleceu, eram passados em casa de minha Mãe, saia de casa por volta do meio dia comprava o almoço num restaurante em S. Gens e almoçava com ela, a maioria dos domingos o meu filha ia lá ter e depois de almoçar ia embora.
Acontece que por vezes, as tardes de domingos eram para mim, consideradas de "seca", praticamente passávamos a tarde, uma no sofá e a outra na cadeira, visto minha Mãe ter dificuldade em ver, devido aos diabetes, ficava na cadeira mais junta à TV e algumas vezes nem se via nada, simplesmente falávamos o que para ela era ótimo. Alguns domingos, uma amiga passava por lá e eu ia com eles até uma esplanada, até aí por volta das 17 horas, escusado será dizer que ela ficava "furibunda" e por vezes até fazia uns comentários! tudo isto que estou a escrever tem o propósito de dizer que ás vezes, sinto o chamado remorso, que embora não saiba muito bem o que é, para mim é isto... o pensar que ela ficava triste, o pensar que hoje reconheço, que nunca em domingo nenhum A devia ter deixado nem por duas horitas, o pensar que Ela se sentia só deixa-me triste e muitas vezes a pensar que quem me dera tê-la cá apesar de todas as nossas picardias e a certeza que não a ia deixar só mais domingo nenhum! Quando aparecia durante a semana, mais cedo do que ela estava à espera ou a contar, era uma alegria, normalmente estava sentada na cadeia à janela do quarto e eu sentava-me na beira da cama, ou numa mala até à hora do lanche!
Bem sei que agora é tarde demais para arrependimentos e sinceramente em relação a Ela, acho que só tenho mesmo este remorso!
Sei que estamos cá para pagar tudo e cada vez me convenço mais disso! e as saudades e arrependimento não As fazem estar de volta e digo isto com lágrimas nos olhos porque aos domingos, mais que nos outros dias, vem-me tudo à cabeça e posso decididamente dizer, que detesto domingos, mesmo!
Hoje faço-o em jeito de um desabafo para fora, pois não é o primeiro domingo, nem sequer é preciso ser domingo, para eu pensar e pensar...
Os domingos, depois que meu pai faleceu, eram passados em casa de minha Mãe, saia de casa por volta do meio dia comprava o almoço num restaurante em S. Gens e almoçava com ela, a maioria dos domingos o meu filha ia lá ter e depois de almoçar ia embora.
Acontece que por vezes, as tardes de domingos eram para mim, consideradas de "seca", praticamente passávamos a tarde, uma no sofá e a outra na cadeira, visto minha Mãe ter dificuldade em ver, devido aos diabetes, ficava na cadeira mais junta à TV e algumas vezes nem se via nada, simplesmente falávamos o que para ela era ótimo. Alguns domingos, uma amiga passava por lá e eu ia com eles até uma esplanada, até aí por volta das 17 horas, escusado será dizer que ela ficava "furibunda" e por vezes até fazia uns comentários! tudo isto que estou a escrever tem o propósito de dizer que ás vezes, sinto o chamado remorso, que embora não saiba muito bem o que é, para mim é isto... o pensar que ela ficava triste, o pensar que hoje reconheço, que nunca em domingo nenhum A devia ter deixado nem por duas horitas, o pensar que Ela se sentia só deixa-me triste e muitas vezes a pensar que quem me dera tê-la cá apesar de todas as nossas picardias e a certeza que não a ia deixar só mais domingo nenhum! Quando aparecia durante a semana, mais cedo do que ela estava à espera ou a contar, era uma alegria, normalmente estava sentada na cadeia à janela do quarto e eu sentava-me na beira da cama, ou numa mala até à hora do lanche!
Bem sei que agora é tarde demais para arrependimentos e sinceramente em relação a Ela, acho que só tenho mesmo este remorso!
Sei que estamos cá para pagar tudo e cada vez me convenço mais disso! e as saudades e arrependimento não As fazem estar de volta e digo isto com lágrimas nos olhos porque aos domingos, mais que nos outros dias, vem-me tudo à cabeça e posso decididamente dizer, que detesto domingos, mesmo!
sábado, 25 de fevereiro de 2017
61 M E S E S
O tempo de facto "voa", mas o pensamento não, esse está parado e bem parado!
Fazes-me falta e tenho saudades tuas.
Fazes-me falta e tenho saudades tuas.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
domingo, 19 de fevereiro de 2017
SINTO A TUA FALTA!
Penso em tanta coisa, tanta coisa... no que disse, no que não disse e na falta que sinto, por tudo.
Fazes-me falta MÃE!
Fazes-me falta MÃE!
sábado, 18 de fevereiro de 2017
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
LENDA DE "AS CAMPAS"
É bem conhecido o ditado popular:
“Filho és pai serás, como fizeres assim acharás”.
Em Cavez existe um monte chamado “As Campas”. Segundo a tradição oral, era para aquele monte que se levavam as pessoas moribundas, as quais aí eram enterradas.
Certo dia, quando um filho, continuando a tradição, transportava num carro de bois o seu pai, que seguia embrulhado numa manta, este repetia continuamente:
“Filho és pai serás, como fizeres assim acharás.”
O filho ouviu, em silêncio, intrigado.
Chegando ao lugar de “As Campas”, o filho perguntou:
– Pai, quer ficar aqui ou mais adiante?
– Onde queiras. Já agora aproveita metade da minha manta, pois, um dia fará falta.
– Falta para quê? – Indagou o filho preocupado.
– Ora, para que é que havia de ser? Para quando chegar a tua vez de vires para este lugar…
– Então eu também venho para cá? – Interrogou o filho, assustado.
– Certamente que sim. Respondeu o pai.
– Não meu pai, não o vou deixar aqui. Voltamos para casa e a partir de hoje ninguém mais virá para cá. Atalhou o filho.
Desde então, as pessoas de Cavez começaram a sepultar os seus mortos no interior da igreja.
Mais tarde seria o adro o abrigo dos defuntos. Finalmente, mas só longos anos depois, seria construído o cemitério, a última morada para aqueles que partem para a Eternidade.
A velha “história da manta” é conhecida por todos, faz parte da tradição oral de Cavez, a propósito do referido monte “As campas”. Na verdade os mais antigos contam-na como um testemunho do passado, deixada pelos seus pais e avós.
“Filho és pai serás, como fizeres assim acharás”.
Em Cavez existe um monte chamado “As Campas”. Segundo a tradição oral, era para aquele monte que se levavam as pessoas moribundas, as quais aí eram enterradas.
Certo dia, quando um filho, continuando a tradição, transportava num carro de bois o seu pai, que seguia embrulhado numa manta, este repetia continuamente:
“Filho és pai serás, como fizeres assim acharás.”
O filho ouviu, em silêncio, intrigado.
Chegando ao lugar de “As Campas”, o filho perguntou:
– Pai, quer ficar aqui ou mais adiante?
– Onde queiras. Já agora aproveita metade da minha manta, pois, um dia fará falta.
– Falta para quê? – Indagou o filho preocupado.
– Ora, para que é que havia de ser? Para quando chegar a tua vez de vires para este lugar…
– Então eu também venho para cá? – Interrogou o filho, assustado.
– Certamente que sim. Respondeu o pai.
– Não meu pai, não o vou deixar aqui. Voltamos para casa e a partir de hoje ninguém mais virá para cá. Atalhou o filho.
Desde então, as pessoas de Cavez começaram a sepultar os seus mortos no interior da igreja.
Mais tarde seria o adro o abrigo dos defuntos. Finalmente, mas só longos anos depois, seria construído o cemitério, a última morada para aqueles que partem para a Eternidade.
A velha “história da manta” é conhecida por todos, faz parte da tradição oral de Cavez, a propósito do referido monte “As campas”. Na verdade os mais antigos contam-na como um testemunho do passado, deixada pelos seus pais e avós.
NOTA: Esta lenda foi escrita com base num texto existente no Museu das Terras de Basto e intitulado: Retalhos de Tradição, por Zé Pedro Lendário.
sábado, 11 de fevereiro de 2017
QUANDO FORES
"investir" em alguém, investe amor, carinho, atenção, sinceridade, cafunés, abraços, deixa as palavras lindas de lado, tem atitude, palavras leva-as o vento, atitudes ficam nas lembranças.
Faz uma chamada eterniza o som da tua voz num simples: eu te amo. Quando realmente fores investir em alguém que seja amor e não a dor."
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
sábado, 4 de fevereiro de 2017
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
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