ADEUS MÃE... descansa em paz

Como todas as 6ªs feiras, fui fazer as compras para minha mãe e depois levá-las a casa. Quando cheguei, por volta das 18,15 h, estava à janela como é costume quando começa a vir mais calor. Entrei e não deu por mim, pousei a carteira na cama e uma saca e reparei que ela dormitava mas estava bem, na véspera tinha-me pedido para lhe cortas as unhas e que não deixasse nenhuma "pontinha" pois que depois lhe "pegava" na roupa e então limei-lhas. Vim embora e como sempre o mesmo "gritar": vai devagar...
  Ontem, sábado não fui lá! telefonei, telefonei  e voltei a telefonar e nada decidi telefonar para a minha madrinha, que é irmã dela e dava interrompido, fiquei mais descansada, isto desde as 20,45 h sensivelmente, até  cerca das 22 horas, altura em que depois de mais aí uma dúzia de chamadas, decidi voltar a ligar para a madrinha que atendeu e que esteve mais de uma hora a falar mas não com minha mãe mas sim com uma outra prima! liguei então para uma vizinha, que disse ver que ela estava com a persiana levantada, ora "medricas" como ela era, àquela hora já devia estar com tudo fechado, porque mal escurecia ela fechava tudo! Como eu estava sozinha em casa, telefonei ao meu irmão que prontamente me veio buscar e fomos os dois para lá isto por causa da persiana porque se ela estivesse fechada, eu nem o tinha incomodado, mas ainda bem que o fiz!
Quando lá cheguei, abri a porta acendi a luz e fui direita à cozinha... dou com ela sentada na cadeira do costume, à mesa, tinha tirado a roupa que tinha vestido, ficando em combinação, a saia "arregaçada" e ligeiramente encostada à parede! não estava fria mas infelizmente estava morta! De manhã fez uma panela de sopa, almoçou, lanchou, lavou a louça e depois deve ter sentido algum mau estar e fez chá. Tudo nos leva a crer, inclusivamente ao próprio armador, que não sofreu para morrer, caso contrário não estava assim com com um "ar" de tanta tranquilidade!

O meu filho e uma amiga, dizem que por volta das 6,10 h 6,15 h, tiveram uma sensação estranha! não sei,terá sido uma mera coincidência...

Apesar de todas as nossas "brigas" vou sentir muito a falta dela, quanto mais não seja pelo tempo que ela me ocupava, das vezes que lanchava com ela, das tardes de domingos, sempre passadas com ela, e até porque não dizê-lo, dos nossos "chamegos". A vida é mesmo assim e já algumas pessoas me disseram que no fundo ela não ficou a sofrer e a fazer sofrer os outros se por acaso caísse numa cama pois apesar de ter emagrecido muito, era uma pessoa muito pesada! 

Desde 2010, não há um único ano em que não perca pessoas. e apesar das defesas, das resistências que vamos criando, é duro! muito muito duro!

(23-11-1933 / 17-05-2014)