domingo, 11 de maio de 2014
GOSTAVA
de puder transmitir tudo o que sinto, como sinto, as vezes que sinto e principalmente a maneira como sinto mas é um pouco difícil, porque umas vezes, penso que foi ontem, outras vezes parece que já foi há uma eternidade e outras vezes, tenho a sensação que vai chegar a qualquer momento!
Nas alturas que estou a pensar, ou melhor, a meditar, sou muito realista e sei que nunca mais o vou ver...nunca mais! e essa sensação deixa-me triste e a pensar em tudo e em como tudo podia ter sido diferente...
Mais que uma pessoa já me disse que eu superei "bem a morte do Nando", talvez! não ando sempre a chorar "pelos cantos", não ando sempre zangada, também sorrio, também me divirto mas nada é igual...
Por vezes as mais pequenas coisas me lembram da companhia dele. Ainda hoje, peguei no carro, fui buscar o almoço, fui para casa da minha mãe, sozinha... não quer dizer que quando ele cá estava, eu não fizesse coisas sozinha e não andasse sozinha, até porque fui sempre uma pessoa se não independente, pelo menos uma pessoa autónoma e isso talvez me tenha dado um certo "arcaboiço" para me "safar" mas que não é a mesma coisa não é.
Tenho uma vizinha que mora no 5º andar e já me disse que: "se um dia me acontece a mesma coisa não vou ter a mesma estrutura que voçe tem", pois é muito dependente do marido, nunca tirou a carta de condução, nunca trabalhou a não ser em casa e é evidente que em certas coisas será pior porque lá está, não se conseguirá "desenrascar" tão facilmente... agora em relação à falta, à saudade isso não tem nada a ver!
Agora eu, por exemplo, é muito raro sair à noite e porquê? porque nunca saía sozinha à noite e não estou habituada embora que de carro não tenho problema, se for para ir a casa de alguém vou bem e sem medo, ou ao centro comercial, já a pé ou de metro, não consigo porque nunca o fiz sem ele...
Ficou um vazio muito grande sem a companhia dele, sem a presença dele, sem o apoio dele e seguramente por mais meses, anos que passem nada vai ser igual nunca!
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