terça-feira, 4 de setembro de 2012

30 ANOS DE CASADOS ( bodas de pérola)...



(Hoje faço questão de usar)


"-Eras o abrigo do meu coração, o meu refúgio na tempestade, a minha nascente de água em dias de seca. Uma fogueira no inverno, a tranquilidade no tumulto o meu companheiro na tristeza. O meu próprio ser e, todavia o meu outro eu! Não, não eras perfeito e ainda bem,  seria um tédio estar casada com alguém perfeito, eu própria não o sou, nem nada que se pareça! Pensava muitas vezes, como poderia viver sem ti?  
Certo é que "posso",  faz dia 25 8 meses que não te vejo, partiste, e se não vivo, sobrevivo, com os pedaços  que me faltam, que foram contigo e os quais só voltaram ao seu lugar quando eu partir também".

Não me canso de repetir o quanto gostava de acreditar que estás comigo, que quando eu também partir que te vou ver e o que "levas-te de mim" contigo vai voltar para mim!...Mas o meu ceticismo é imenso, quase tão imenso como a falta que me fazes, cada dia mais...

Hoje Nando, pela primeira vez em 30 anos, não estamos juntos, não jantamos juntos, não festejamos juntos e é um dia de grande tristeza para mim, gostava de te ouvir dizer: -fogo,  já viste aos anos que te aturo? sempre com o brilho com que sempre me olhas-te através dos teus lindos olhos verdes! jamais esquecerei...

Sei que são palavras feitas, mas é o que eu sinto, para todo o sempre! e preciso de ti, exactamente como eras. Nos anos que passaram por nós, os "sinos" da vida tocaram cada dia mais e mais alto na minha cabeça desde que entrei vestida de branco, ao som dos sinos da Igreja onde nos casamos, e não vou dizer que foram só rosas, mentiria se o dissesse mas que foram mais momentos de partilha, companheirismo ternura e amor seguramente que sim!

"Se me vem tanto glória só de olhar-te,
É pena desigual deixar de ver-te;
Se presumo com obras merecer-te,
Grão paga de um engano é desejar-te.
Se aspiro por quem és a celebrar-te,
Sei certo por quem sou que hei-de ofender-te;
Se mal me quero a mim  por bem querer-te,
Que prémio querer posso mais que amar-te?"
(Luís de Camões)

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