"Nas primeiras horas ou dias após a morte de um parente ou amigo próximo, a maioria das pessoas fica simplesmente chocada, como se não pudesse acreditar que a morte realmente ocorreu. Mesmo que a morte tenha sido "anunciada",muitas pessoas ficam chocadas!
Este sentimento de parelisia emocional
pode ajudar em todos os afazeres e preparações após a morte, como
entrar em contato com os parentes e organizar o funeral. Se este
sentimento de irrealidade, entretanto, se prolonga demasiado, pode tornar-se um problema. Ver o corpo do falecido pode, para alguns, ser uma
forma importante de resolver esta paralisia.
Similarmente,
para muitos, o funeral é uma ocasião na qual a realidade do que
aconteceu finalmente os atinge. Pode ser difícil ver o corpo ou ir até o
velório, mas estas são formas de dizer adeus a quem amamos. Na hora,
isto pode parecer muito doloroso e você pode tentar evitar o velório e
enterro. No futuro, porém, pode vir a arrepender-se e sentir muita culpa.
Cedo
esta paralisia emocional desaparece e pode ser substituída por uma
sensação de agitação ou necessidade do falecido. Há uma sensação de
tentar encontrá-lo, mesmo que isso seja impossível. Esta sensação faz
com que seja difícil relaxar e concentrar-se e pode alterar o sono.
O mesmo pode acontecer com o que sonhamos, sonhos muito desgastantes!
Algumas
pessoas sentem-se como se “vissem” o falecido em qualquer lugar que vão
– nas ruas, nas praças, perto de casa, em qualquer lugar que tenham
passado tempo juntos.
Outro sentimento comum é culpa!.
Muitos ficam repensando todas as coisas que poderiam ter feito ou dito.
Podem até considerar que se tivessem feito algo diferente, a morte
poderia ter sido impedida. É claro que a morte em geral está além de
nossa capacidade de controle e uma pessoa que passa por um luto às vezes
tem que ser lembrada disso. Algumas pessoas também sentem culpa se se
sentem aliviadas pela morte indolor do ente querido. Esta sensação de
alívio é comum e perfeitamente normal.
Este estado de agitação
é mais forte nas duas semanas após a morte, mas é logo seguido por um
estado de tristeza calma ou depressão, silêncio e isolamento social.
Estas mudanças emocionais súbitas podem ser confusas para amigos e
parentes, mas são parte do processo normal de luto.
Embora
a agitação diminua, os períodos de depressão tornam-se mais frequentes e
atingem um pico quatro a seis semanas depois. Espasmos de luto com
choro convulsivo podem ocorrer a qualquer momento, geralmente causados
por pessoas, lugares ou objetos que tragam à memória o falecido.
Algumas
pessoas podem achar difícil de entender ou sentir-se envergonhadas
devido ao comportamento da pessoa em luto de chorar de repente, sem
razões óbvias. Neste estágio, pode parecer tentador ficar longe de
pessoas que não entendem ou não compartilham sua dor. Entretanto, evitar
a companhia dos outros pode causar problemas no futuro e é melhor
começar a retomar suas atividades após duas semanas da perda.
Durante
este tempo, pode parecer aos outros que a pessoa em luto passa muito
tempo apenas sentada, sem fazer nada. Na verdade, ele\a está a pensar
na pessoa que perdeu, ruminando mentalmente as boas e más lembranças.
Este é um processo silencioso, mas fundamental para se passar pelo
processo de luto.
Conforme
o tempo passa, a dor aguda do luto breve começa a desaparecer. A
depressão melhora e é possível pensar em outras coisas e mesmo planejar o
futuro. O sentimento de ter perdido uma parte de si mesmo, entretanto,
nunca passa completamente. Para esposas ou maridos em luto, existem lembranças
constantes de seu novo estado civil, ao ver outros casais e no dilúvio
de imagens na mídia de casais e famílias felizes. Após algum tempo é
possível sentir-se completo novamente, mesmo que tenha perdido uma parte
de si.
Estes
vários estágios de luto podem ocorrer ao mesmo tempo e apresentar-se de
forma variada. A maioria das pessoas recupera-se de um luto importante
entre um a dois anos. A fase final do luto é o processo de desapego da
pessoa que morreu e o início de uma nova vida. A depressão passa
completamente, o sono melhora e o nível de energia retorna ao normal. A
libido, que desapareceu por algum tempo, retorna e todos estes
sentimentos são normais, nada que deva causar vergonha.
Mesmo
com as descrições acima, deve-se saber que não existe um maneira “certa”
de sofrer um luto. Todos somos indivíduos diferentes com modos
particulares de experimentar uma perda. Além disso, pessoas de
diferentes culturas lidam com a morte de forma distinta. Ao longo da
história, pessoas de diferentes partes do mundo criaram suas próprias
cerimônias para lidar com a morte".
(Vanessa Marsden)
Gostei deste tema, e penso realmente que não somos todos iguais e cada um tem o seu tempo! é realmente uma parte de mim que foi arrancada com a morte do Nando, e nunca mais vai ser igual e eu seguramente mudei e nunca mais vou a ser a mesma pessoa!
Sempre ouvi dizer : nunca digas nunca! O passado ninguém tu tira, contudo não podes responder pelo futuro!
ResponderEliminar* nada do que escreveste me é desconhecido, é uma amarga realidade, um dia feito o teu luto [ ou não] terás um futuro pela frente!
Beijinhos grandes
Tens razão, "nunca digas nunca". Mas neste momento quero viver sozinha e digo "para sempre".
ResponderEliminarNão acredito nos "homens", tenho ouvido cada história!...
Penso que com a idade, vamos ficando muito seletivos e os solteiros, estão cheios de vícios, os divorciados estão ressabiados e os viúvos, muitos deles a "carpir" como eu... lol.
Neste momento o que eu queria era puder viver a vida sem ter que fazer contas aos "tostões" isso sim era o que queria.Beijinhos e tudo de bom para ti.:)